O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) decidiu, por 5 votos a 2, cassar o mandato do senador Beto Faro (PT-PA) devido a acusações de abuso de poder econômico, corrupção, assédio eleitoral e captação ilícita de votos durante as eleições de 2022.
Entenda o Caso
A ação foi movida pelo Partido Liberal (PL), que alegou que funcionários de uma empresa ligada a um aliado de Faro foram coagidos a votar nele em troca de um pagamento extra no vale-alimentação. Áudios de reuniões e mensagens em grupos de WhatsApp foram apresentados como evidências. A defesa do senador argumentou que as gravações foram obtidas de forma ilegal, mas a maioria dos juízes do TRE-PA discordou dessa tese.
A decisão também afeta os suplentes da chapa, Josenir Gonçalves Nascimento (PT) e Leny May da Silva Campêlo (PCdoB). No entanto, a cassação não tem efeito imediato; Faro permanece no cargo até que todos os recursos sejam julgados pelas instâncias superiores.
Repercussão e Defesa
Em nota oficial, Beto Faro e o PT do Pará expressaram discordância com a decisão, mas afirmaram confiar na Justiça Eleitoral e anunciaram que irão recorrer. “Com plena confiança na Justiça Eleitoral, comunicam que irão recorrer da decisão, certos de que a verdade será reconhecida e a inocência do senador plenamente comprovada”, diz o comunicado.
Trajetória Política de Beto Faro

José Roberto Oliveira Faro, conhecido como Beto Faro, nasceu em 20 de junho de 1969 em Bujaru, Pará. Agricultor e sindicalista, iniciou sua militância no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bujaru e posteriormente presidiu a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri-PA) e a Central Única dos Trabalhadores no Pará.
Filiado ao PT desde 1987, foi eleito deputado federal em 2006 e reeleito em 2010, 2014 e 2018. Durante seu mandato na Câmara dos Deputados, destacou-se por sua atuação em defesa da agricultura familiar e dos direitos dos trabalhadores rurais. Em 2022, foi eleito senador pelo Pará com 1.781.582 votos, tornando-se líder da bancada do PT no Senado em 2024.
Próximos Passos
Com a decisão do TRE-PA, o caso segue para análise das instâncias superiores. Enquanto isso, Beto Faro continua exercendo seu mandato no Senado Federal. A situação traz à tona debates sobre a integridade do processo eleitoral e a importância da fiscalização rigorosa para garantir a lisura das eleições.